Araetá: a literatura dos povos originários - Santa Tereza Tem
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Araetá: a literatura dos povos originários

3 out, 2023 as 10:00 5 nov, 2023 as 10:00

A exposição “Araetá a literatura dos povos originários” apresenta a produção literária de 40 diferentes povos dentre as 305 etnias existentes no Brasil. Trata-se de uma produção literária composta por 335 títulos, de 110 escritores, publicados por 120 diferentes editoras brasileiras.

É atualmente a maior reunião, em um espaço exclusivo, das produções de literatura indígena no Brasil feitas desde 1998.

 O Educativo do Memorial Vale convida o público a participar de duas ações junto de “Araetá” aos sábados e domingos. Às 10h30, a equipe do Educativo oferece um momento de contação de histórias a partir dos livros presentes na exposição. Em seguida, às 11 horas, haverá uma visita mediada à exposição, para que os visitantes possam descobrir a riqueza da literatura brasileira protagonizada pelos autores indígenas.

O Memorial Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e tem entrada gratuita. Saiba mais em https://memorialvale.com.br/pt/ .

Na mostra os escritores estão divididos por biomas – Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica. As produções literárias são fruto das obras de nomes como Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Cristino Wapichana, Álvaro Tukano, Daniel Munduruku, André Baniwa, Yaguarê Yamã, Márcia Kambeba, Auritha Tabajara, Graça Graúna, Kaká Werá Jekupé, Olívio Jekupé, Werá Jeguaka Mirim e Maria Kerexu, Gleycielli Nonato e Marcos Terena, entre outros.

Araetá tem curadoria de Ademario Payayá, escritor e educador, e Selma Caetano, gestora cultural à frente do Prêmio Oceanos, uma das maiores premiações de literatura em Língua Portuguesa do mundo. A consultoria literária é do escritor Daniel Munduruku e do linguista e professor Ariabo Kezo, que faz a narrativa de apresentação do percurso expositivo.

Abertura da exposição Araetá cred Luiza Palhares

A exposição

A exposição é composta por duas salas que formam um percurso da produção literária indígena no Brasil, mas não só. Ao lado dos livros expostos há vídeos, áudios, fotografias e ilustrações que revelam ao visitante o contexto em que vivem os autores, seus territórios, lutas e cultura.

Muito se escreveu e se escreve sobre os povos originários, mas Araetá aposta no protagonismo dos escritores indígenas para contar e atualizar sua própria história. “Esta exposição reúne os nomes mais influentes e importantes entre escritores e pensadores das questões e arte indígena da atualidade. A literatura permite que os indígenas falem por si e mostrem suas cosmovisões e sua atuação na preservação dos seus territórios”, observa o diretor do Memorial Vale, Wagner Tameirão.

Além das obras literárias, o público poderá ver ilustrações, vídeos e fotografias feitas nas aldeias pelos indígenas ou para os indígenas, por nomes como Sebastião Salgado, Maureen Bisilliat, Alice Arida, Denilson Baniwa, Cleber Kronun de Almeida (fotógrafo e cineasta do povo Kaingang), Richard Werá Mirim (do povo Guarani) e João Farkas, entre outros.

A literatura indígena

A publicação de livros com autoria indígena é um fenômeno relativamente recente. Na década de 1970, a escritora Eliane Potiguara mimeografou e publicou inúmeras poesias e cartilhas didáticas. Uma década depois, Umúsin Panlõn Kumu e Tolamãn Kenhíri, do povo Desana, publicaram oficialmente o primeiro livro de autoria indígena, “Antes o mundo não existia”. De lá para cá, muita coisa aconteceu e a exposição se propõe a retratar o cenário da literatura indígena que vem se formando desde então.

“Já se disse que os povos indígenas são de tradição oral e que, por conta disso, não podem, não sabem e não precisam fazer literatura. Tal afirmação se justifica dentro de um entendimento antigo que não compreende ou não quis compreender a dinâmica da cultura humana: ela está em movimento. Engana-se, portanto, quem acredita que os povos indígenas são humanos presos a um passado ancestral e que sua existência se deve a um permanente apego ao já vivido”, diz Daniel Munduruku.

Horário de funcionamento: Terça, quarta, sexta e sábado: das 10h às 17h30, com permanência até as 18h. Quinta, das 10h às 21h30, com permanência até as 22h. Domingo, das 10h às 15h30, com permanência até as 16h. Entrada Gratuita

Livre

Memorial Minas Vale

Praça da Liberdade, s/n
Belo Horizonte, Minas Gerais 30140-010 Brasil
+ Google Map
(31) 3343-7317

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